Os cientistas descobriram que o vírus causador da COVID-19 apareceu em França muito antes dos primeiros casos de infecção terem sido oficialmente registados no país. Isto aconteceu o mais tardar em Dezembro de 2019, altura em que o vírus tinha acabado de ser descoberto na China. Especialistas dizem que antes do surto oficial, o vírus já estava provavelmente a circular não só em França, mas também em Itália e nos EUA, causando pneumonia e sintomas relacionados. Como é que isto é possível?
A procura dos primeiros portadores do vírus em França assemelha-se a uma investigação de detective. Os cientistas levantam um grande número de documentos, examinam registos de doentes, comparam sintomas e efeitos, e testam a presença de anticorpos no corpo das pessoas. Este trabalho meticuloso exigiu muito esforço e tempo, e agora os resultados preliminares foram tornados públicos: o novo coronavírus chegou a França antes das férias de Ano Novo. Vários pacientes com infecções respiratórias agudas graves foram examinados mais aprofundadamente. Todos eles foram parar a hospitais em Paris em Dezembro-Janeiro e um deles mostrou sinais de um novo coronavírus, embora o doente tenha sido internado a 27 de Dezembro. Sabe-se com certeza que ele não tinha estado na China. Há vários outros pacientes que acabaram em hospitais em França com pneumonia grave e com muitos dos sintomas expostos pela COVID-19. O vírus pode ter circulado despercebido no país durante vários meses antes do início da pandemia. Uma situação semelhante tem sido observada nos EUA. Os médicos estão a relatar uma pneumonia aguda atípica na Califórnia, bem como mortes por infecção respiratória viral aguda, mesmo antes de o primeiro teste positivo para o coronavírus ter sido oficialmente anunciado a 21 de Janeiro. Também foi noticiada uma pneumonia grave de Itália no final de Janeiro a meados de Fevereiro, semanas antes do início da epidemia do país. Apesar disto, acredita-se que o vírus ainda tem origem na China, onde o primeiro caso foi registado a 1 de Dezembro de 2019. Os cientistas ainda estão a tentar identificar o momento do aparecimento do vírus – o momento em que este começou a circular entre os humanos. Os geneticistas podem ajudar a determinar a idade do coronavírus. O facto é que o vírus sofre uma mutação e cada variante aparece, em média, após um certo período de tempo. Conhecendo-o e o número de novas estirpes, é possível determinar aproximadamente a data de formação do novo vírus. Especialistas da Universidade de Edimburgo estimam que o vírus apareceu muito provavelmente em meados de Novembro, embora não excluam uma data anterior. 14 dicas inestimáveis sobre como se comportar em situações extremas para sobreviver Os investigadores acreditam que o vírus começou a espalhar-se pelo mundo antes da humanidade se ter tornado seriamente preocupada, pelo que algumas pessoas tinham contraído a COVID-19 antes do aparecimento oficial dos primeiros casos nos seus países.
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